sábado, 21 de outubro de 2006

Eleições e o nariz de palhaço

Faz algum tempo encontrei no orkut a comunidade "Eu vou votar com nariz de palhaço", que convocava as pessoas a irem às urnas com o tal apetrecho, como forma de protesto político (mais detalhes na descrição da própria comunidade). Com a proximidade das eleições, resolvi me afiliar à comunidade e aderir à idéia. Fiz propaganda para os meus amigos do orkut, em outros sites de relacionamento e no MSNm. Encontrei até o site oficial: www.narizdepalhaco.com.br. Meu pequeno incentivo conseguiu convencer, comprovadamente, 4 pessoas (talvez algumas mais tenham ido, mas não fiquei sabendo). Entretanto, o que eu mais escutava é “Você vai mesmo??”. O que me chamou a atenção nesse questionamento não foi só a questão de passar vergonha usando um nariz, mas sim pelo fato de se diferenciar, chamar a atenção, ser diferente. Todos esses “medos”, aliados à idéia de que “não adianta nada” é que impedem a maioria da população de se manifestar. Claro que narizes não vão mudar o cenário político nacional, mas acredito que a maior lição que se pode tirar disso é que o povo pode, sim, se mobilizar para qualquer coisa que acredite. Entretanto, o povo tem de começar a acreditar em si mesmo. Se ninguém se manifestar, cobrar, mostrar indignação, exigir seus direitos, tudo fica como está. Reclamar pro vizinho não adianta nada. Muitos dizem que brasileiro é um povo pacífico. Acho que brasileiro é um povo mané, ao menos politicamente falando.
A volta dos muito-vivos: Apesar de ter uma coleção de processos que, se suas folhas fossem colocadas lado a lado, chegaria até à Lua, o nosso velho conhecido Paulo Salim Maluf foi eleito deputado federal com mais votos do país. Do outro lado do país trouxeram também o Collor de volta (aquele mesmo que elegemos a presidente e que renunciou ao cargo, antes que dessem um chute na bunda dele, por estar envolvido com maracutaias), sem falar em algumas figurinhas dos casos do mensalão, que ganharam mais uma chance do eleitor. Ou seja, estar envolvido em casos de corrupção e outras sujeiras não é necessariamente certeza de perda de mandato no próximo pleito. Seria o povo, majoritariamente católico, tão disposto a perdoar o próximo (e a acreditar que eles estão arrependidos)? Ou seria analfabetismo político? Ou quem sabe, aquela regra do “rouba mas faz”(pra mim) seja o que realmente importa? Só sei de uma coisa: daqui a 6 meses muitos nem se lembrarão em que votaram em muitos cargos. E os que lembrarem, provavelmente não admitirão. Pois é, isso é democracia: cada povo tem o governo que merece. Ô, raça.
Fui! Posted by Picasa

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Acessa Livre e o Linux

Faz uma duas semanas que eu auxiliei na instalação do Acessa Livre na Biblioteca Municipal. Foi pra mim um alívio ver aqueles Win98 dando lugar a máquinas Linux com boot remoto. Afinal, não passava 15 dias sem que algum micro apresentasse algum problema (eram verdadeiras orgias de spywares, vírus e programas instalados sem atualização...) .
Em relação à segurança, praticidade, diminuição drástica da necesssidade de reconfiguração, os ganhos foram enormes, o que se traduziu em menos micros parados, menos chamadas técnicas e menos trabalho pra mim, o técnico oficial do AcessaSP em Avaré. :)
Infelizmente, quando fui apresentado ao projeto, vi que nem tudo seriam flores, principalmente para o usuário final.
Talvez pela pressa em substituir o Windows, ou o hardware fraco das estações, o Linux veio com cara de Win95, com versões desatualizadas dos browsers e do aplicativo de escritório (com todos os problemas de incompatiblidade que isso acaba gerando).
Não consegui executar streaming e é preciso ficar alternando entre o Opera e o Galeon para poder fazer coisas básicas em muitos sites. Web 2.0, então, nem pensar: o site roda todo mutilado e sem graça, isso quando roda.
Até o processo de gravar um arquivo em disquete é mais complicado ("montar"e "desmontar" nada transparente), além de outros pequenos probleminhas.
Trava menos, não pega virus, dá mais privacidade, é gratuito, tudo isso é verdade .... mas ficou muito chato, principalmente ao tipo de público frequentador do Infocentro, acostumados com as lanhouses movidas a XP.
O povo pode até se acostumar, afinal, é de graça, mas sairão de lá com uma impressão negativa do Linux e querendo voltar pros braços da mamãe Microsoft.
Sei, sei, prometeram um AcessaLivre 2.0, mais atualizado e turbinado, mas até lá talvez o estrago já esteja feito.
Como exemplo contrário, cito uma visita recente que fiz a um cliente: depois de trocar a fonte do micro dele (hardwarde de responsa, diga-se de passagem), ele me perguntou sobre linux e eu saquei um CD do Kurumin e em minutos estava demonstrando o "bichinho", com seu belo visual, acessando internet, executando videos e outras coisinhas legais.
Nem preciso dizer que consegui tirar aquela primeira impressão (muito negativa e falsa) que ele tinha do Linux. Se queremos atrair o usuário comum devemos dar ao usuário comum o que o faz feliz. Só assim o SL terá espaço.
Fui!