sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A enfermeira, o cão e a violência

Comecei a ver hoje (16/12) uma postagem no Facebook sobre uma enfermeira que teria surrado um pequeno cachorro até a morte, na frente de sua filha de 3 anos.

Junto com o texto com dados bem completos (RG, nome da mãe, telefones, possíveis endereços), uma petição online pedindo punição máxima a essa pessoa e o vídeo mostrando o tal assassinato.

Rodei o vídeo para tentar ver o rosto da fulana antes das agressões começarem, mas não consegui e não tive coragem de assistí-lo inteiro.

Não vou nem discutir o ato inadmissível feito contra um pobre animal que, é claro, gera revolta e junto com ela o desejo de que justiça seja feita, a qualquer modo, preferencialmente com os mesmos requintes de crueldade.

O que eu quero ressaltar é que o que nos separa de pessoas como essas é o respeito pela vida, mesmo de quem não mereça. É claro que tal ato merece punição exemplar e espero que a divulgação chame a atenção da sociedade para leis mais duras de proteção para os animais (quantos e quantos casos devem ocorrer todos os dias pelos quintais das casas).

No entanto, o que eu vejo nos comentários é um ódio e uma incitação à violência num nivel tão chocante quanto às cenas do video. Claro, podem ser declarações no calor do momento e nesse instante qualquer um pode ser dominado pela raiva e desejo de sangue, mas agir assim apenas nos rebaixa ao nível que quem repudiamos.

Com tantos dados pessoais disponíveis e compartilhados de forma tão rápida (é a maravilha da internet) não duvido que apareçam alguns fanáticos (sempre existem) ou psicopatas (Dexter feeling) que resolvam aplicar na prática a "vontade de muitos", num ato de selvageria e bestialidade (merecida, vão dizer). Pode até que sobre pro marido da enfermeira, afinal vai que ele era conivente?

O cachorro será vingado? Pode ser. Seremos pessoas melhores depois disso? Com certeza, não.
Só sei que violência gera violência, ódio gera ódio e são sentimentos próprios do ser humano, mas que nem por isso devem ser exaltados e inflamados. Caso contrário, o destino é a barbárie.