"Quero fazer os poemas das coisas materiais,
pois  imagino que esses hão de ser
os poemas mais espirituais.
E farei os poemas  do meu corpo
E do que há de mortal.
Pois acredito que eles me trarão
Os  poemas da alma e da imortalidade."
E à raça humana eu digo:
-Não seja curiosa a  respeito de Deus,
pois eu sou curioso sobre todas as coisas
e não sou  curioso a respeito de Deus.
Não há  palavra capaz de dizer
Quanto eu me sinto em paz
Perante Deus e a  morte.
Escuto e vejo Deus em todos os objetos,
Embora de Deus mesmo eu não  entenda
Nem um pouquinho...
Ora, quem acha que um milagre alguma coisa  demais?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres...
Cada momento de luz  ou de treva
É para mim um milagre,
Milagre cada polegada cúbica de  espaço,
Cada metro quadrado de superfície
Da terra está cheio de  milagres
E cada pedaço do seu interior
Está apinhado de  milagres.
O mar é para mim um  milagre sem fim:
Os peixes nadando, as pedras,
O movimento das  ondas,
Os navios que vão com homens dentro
- existirão milagres mais  estranhos?"
(Walt Whitmann)
 
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