domingo, 8 de junho de 2008

Quando mais é muito e menos é melhor

Alguns posts vão parar no blog assim que a idéia surge na cabeça. Outros ficam vagando por meses e meses, sendo reformulados, esperando uma boa oportunidade para ir parar na internet. É o caso deste.

Uma verdade muito importante, mas que passa desapercebido por muitos é que tudo que temos, tudo que possuímos, exige um preço. E nem estou falando no preço para obtermos, mas sim no preço de manutenção. Preço este que é cobrado em valores materiais ou em tempo de nossas vidas.

Cito como exemplo o carro. Nem preciso dizer quais são as vantagens de se ter um carro, mas um carro também vai exigir muito de você, detalhes que vão muito além de colocar gasolina e mandar consertar quando quebrar.

Carro exige manutenção preventiva, exige documentação em ordem, exige limpeza constante. Ou seja, o mesmo carro que lhe dará mais tempo e até oportunidades da ganhar mais dinheiro, também cobrará nestas duas moedas.

Outro exemplo, talvez não tão claro (principalmente para as crianças), é o animal de estimação. Ter um ser vivo sob sua responsabilidade exige muito além do trivial. Nosso cachorro não precisa só de comida, banho semanal, vermífugo semestral e vacina anual.

O animal precisa de atenção quanto às mudanças de temperatura, higienização do ambiente em que vive, tratamento de possíveis probleminhas (que são muitos), que muitas vezes deixamos passar, mas agiríamos diferente se fosse na gente.

Cachorro precisa de atenção, de carinho, de sair pra passear. Isso ficando no básico; cachorros de madame não entraram na descrição.

O mesmo vale, com suas características particulares, para outros animais. Certa vez li que, se alguém não tiver 15 minutos diários pra se dedicar ao seu aquário, não deve tê-lo!

É é assim pra tudo que temos: plantas, bicicleta, computador, filhos, casamento, cada projeto pessoal, comunitário que pegamos.

Só que, como já devem ter percebido, temos muito mais do que podemos gerenciar. Isso leva a um custo financeiro muito alto, quando pagamos aos outros para fazerem o nosso trabalho (passear com o cachorro, por exemplo) ou, o mais freqüente, mos leva a fazermos tudo "nas coxas".

Comemos o de sempre todo mês porque não há tempo para fazer aquela receita guardada, a bike roda enquanto aguentar, o cachorro passeia uma vez ao mês, os peixinhos vivem morrendo, o carro nos deixa na mão porque só verificamos o básico, se tanto.

Todos os objetos e seres vivos sob nossa responsabilidade "sobrevivem" com o mínimo e o mesmo vale para nós mesmos, que não temos tempo de fazer exercícios físicos ou de dormir suficiente.

A solução mais drástica, porém mais eficaz é ter menos. Lembra daquele comercial de de sandálias em que o narrador dizia "Eu desejo menos pra você"?

Pois é, por mais que o comportamento social queira dizer o contrário, você não precisa de muito pra ser feliz e realizado, muito pelo contrário.

Portanto, fique só com o essencial, com o que você consegue dar conta e fazer bem feito, sem cair em exageros.

A menos que você tenha dinheiro sobrando e possa delegar a outros tarefas necessárias, evite ao máximo adquirir bens que vão lhe roubar seu tempo.

E dê mais atenção às pessoas, aos relacionamentos, mesmo que seja com seu cãozinho.

Embora este final tenha cara de mensagem powerpoint, é totalmente baseado em minha experiência pessoal e, por isso mesmo, sei que não é fácil implementar essas mudanças.

Contudo, acredito ser esse o caminho para termos uma vida mais plena e feliz.

Um comentário:

Sony Santos disse...

Concordo muito com você. Inclusive, isso é um tema que também passeia pela minha mente para um post futuro. Já escrevi sobre isso em alguns e-mails.

O fato de eu saber muita coisa, um pouco de tudo, me faz assumir tarefas além da minha conta. Posso economizar um dinheirão, mas sempre me sinto sufocado, sem tempo para fazer muito do que quero.

"Os peixinhos vivem morrendo" foi boa!!! :-)