quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Minha história com a SUPER

Carta à revista Superinteressante:


Setembro de 2000:

Olá!
Me lembro da primeira vez que comprei um exemplar de Superinteressante.
Em meus 11 anos de idade, a curiosidade pelo mundo, a vontade de
entender o desconhecido já havia aflorado e o assunto de capa (a Teoria
da Relatividade) era um de meus interesses. Ao folhear a revista, porém,
descobri que ela poderia me oferecer bem mais, saciar a minha fome de
informação. Passei então a comprar cada exemplar a e saboreá-los do
início ao fim (algumas matérias eu lia duas vezes!).
Quantas não foram as tardes que passei com meus amigos discutindo as
implicações das teorias expostas, imaginando espaços curvos, o mundo no
tempo da Idade Média ou as imagens do espaço.
Ah, o espaço! A Super me levou às estrelas, aos buracos negros e aos
quasares. Me indicou o caminho com um "mapa do céu" e ainda preparou um
delicioso manual de instruções, o curso de astronomia, que carregava,
junto com o cobertor e a luneta, para as noites frias de exploração.
Posso afirmar, sem medo, que muito da minha personalidade, do que sou e
do que sei hoje, devo às horas de leitura da revista, que nunca foram o
fim, mas sim o início de grandes descobertas, que se aprofundavam mais
em debates, livros, programas de TV e agora, a Internet.
Com o passar dos anos, a Superinteressante foi mudando (assim como eu),
evoluindo para sobreviver à "seleção natural" das espécies, às vezes
cometendo alguns deslizes (assim como eu), mas sem perder a sua
essência, que é ser uma fonte de referência, aquela dose diária de
informação bem leve pra agradar, sem ser superficial.
E aqui estou eu, contente com a nova Super, contente por ter acompanhado
14 anos de descobertas e desenvolvimentos científicos/tecnológicos, e
contente por ter quase todos os exemplares em meu poder (mais as edições
especiais, o álbum de figurinhas, o CD-ROM etc. ...)
Mas o objetivo desta mensagem, admito, é bem pessoal e digamos,
interesseiro. Escrevi para que vocês pensassem algo como "Ei, esse cara
merece um brinde, uma camiseta da SUPER" e me presenteassem com um dos
poucos itens que faltam à minha coleção.
Não que eu esteja pedindo, imagine, mas ficaria muito feliz se ganhasse
uma. ?

Acreditando que não tomei muito o tempo de vocês e que podem realizar o
desejo desse leitor maluco, me despeço.

Abraços calorosos,

Desde então, quase sete anos se passaram. A família SUPER cresceu (Sapiens, Emoção & Inteligência, especiais, DVDs etc) e eu não pude mais acompanhar a tudo. Tampouco guardar todas as revistas em casa: algumas ficaram na casa da minha mãe (sim, eu casei neste período) e outras tive de vender, pra alguém que cuidasse melhor delas.
Entendo quando alguns leitores antigos como eu, reclamam que o estilo da revista mudou, ficou superficial, principalmente quando leio frases do tipo "aí os cavaleiros medievais entraram numa roubada". Em algumas matérias o informalismo chega a ser meio exagerado, devemos admitir. Porém não podemos nos esquecer que hoje os tempos são outros e que não é fácil levar informação realmente relevante às massas. Manter a qualidade de uma revista de divulgação científica, que é uma das mais lidas do Brasil (onde existe uma forte tendência de se escrever/exibir futilidades) não é pra qualquer um e vocês estão de parabéns.
Talvez se mais pessoas (políticos inclusive) lessem a SUPER, problemas como o efeito estufa poderiam ser menores hoje.
Em julho nasce meu primeiro filho. Ainda não sabemos se será menino ou menina, nem sei como estará o planeta que deixaremos pra ele, mas sei que, quando ele começar a fazer perguntas como "Por que o céu é azul" ou "Por que dá coceira quando um inseto pica a gente", terei muito a dizer (se a memória ajudar), graças à SUPER.
Como diria o Spock, Vida Longa e Próspera a todos.

Abraços
Alexandre S. Custódio

PS: Se ainda tiverem camisetas, aceitaria outra de bom grado, pois a minha está velhinha, velhinha, a coitada....hehe.....

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