quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Foto: digital X convencional - prós e contras

Faz algum tempo, eu e um amigo conversávamos sobre a tecnologia das fotografias digitais e suas implicâncias no modo como encaramos as fotos.
Na época do uso de filmes, a maioria das pessoas pensava duas vezes antes de dar um "clique", afinal, o número de fotos era bem limitado, não podíamos ver se a foto ficou boa (o ato de tirar duas fotos da mesma pose, "por garantia" era comum) e teríamos que pagar pela revelação, fosse uma ótima foto ou uma mancha borrada.
Com a chegada das digitais, todos esses problemas foram deixados de lado: os cartões de memória permitem um número considerável de fotos, podemos ver, segundos após a "batida", se a foto saiu como deveria (e apagá-la) e a revelação passou de obrigatória a opcional.
Alguém pode levantar a questão da necessidade do computador para transferência das fotos, mas isso não é verdade: o sujeito já pode mandar as fotos diretamente para uma impressora, visualizar na TV ou ainda mandar "revelar" nas óticas, que agora também trabalham com esta tecnologia. Existem até quiosques em que se pode levar a mídia (cartão, memory key, CD, disquete...), colocar algumas notas, escolher as fotos e tê-las impressas, sem precisar de funcionários.
Diante desses fatos, acredito que não compense mais comprar uma máquina fotográfica convencional, na maioria das situações, embora o investimento inicial seja maior.
Uma das conseqüências dessa revolução digital é o aumento escandaloso do número de fotos. Como é fácil tirar, baixar no micro e/ou publicar na internet, qualquer pessoa ou fato, por mais insignificante que seja, gera dezenas de fotos (quando é um evento público então, multiplique esse número várias vezes), mas, como é fácil perceber, a maioria são fotos de péssima qualidade, quando não de mau gosto, além de quase não terem relevância.
Voltando ao início do texto, na época das câmeras convencionais, até os mais amadores tinham um pouco de preocupação com itens básicos como posição, iluminação e ângulo, pois cada foto batida era uma pose a menos no filme e uma pose a mais a se pagar na revelação. As pessoas se preocupavam em tirar uma boa foto. Hoje, percebemos que muitos usam câmeras como metralhadoras giratórias, fotografando a tudo e a todos. E todas as fotos, com raras exceções, ficam no HD, no CD ou vão para a Web.
Ganhamos em quantidade, mas perdemos em qualidade.

Segurança

Outro ponto em questão é a segurança das fotos. Embora se possa imprimir as fotos e guardá-las em álbuns, pelo preço equivalente à de uma revelação, a maioria das pessoas deixa as fotos armazenadas em seu micro. O que muitos esquecem é que computadores não são assim tão confiáveis. É comum momentos inesquecíveis se perderem porque o HD deu pau, o micro foi roubado, alguém apertou "delete" demais ou qualquer outro acidente. Para esses casos, o único conselgo que dou é: FAÇA BACKUPS. Tenha os mesmos cópias em mais de um meio (HD, CD, em algum website,por exemplo), em ambientes separados (deixe os CDs na casa da sua mãe, por exemplo, ou ao menos em um cômodo diferente) e bem guardados (fotos impressas com papel e tinta de qualidade, bem guardados, duram por muitas décadas. CDs também, se seguirem esses requisitos). Backup é chato, mas vai ser mais chato se você perder "aquela" foto. E issi você irá aprender, "pelo amor ou pela dor".

Conservadores aprofundarão mais esses tópicos, dirão que a foto digital é menos viva, perde a emoção, a expectativa da revelação, essas coisas. Esses e outros temas, como a questão da privacidade, são assunto pra outros posts.
Só não dá pra negar que a fotografia digital veio para ficar e substituir as fotos convencionais. E o mundo muda à nossa volta tão rápido quanto um clique.

Fui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito do que você disse sobre fotos digitais também serve para vídeos digitais. Estão se multiplicando, e a qualidade decaindo...

O fato é que vai ficar cada vez mais difícil e necessário separar o joio do trigo.