Antigamente as pessoas que assistiam novela ficavam ansiosas e curiosas para ver o que iria acontecer com seus personagens nos capítulos seguintes.
Algumas editoras perceberam isso e passaram a publicar o resumo da semana, que elas conseguiam sabe-se lá como. Na segunda, já dava para saber o que assistiríamos na sexta. Ou seja, poderíamos "ver o futuro"!
Fora algumas poucas exceções que não gostam de spoilers, a maioria se interessou e logo depois as revistas passaram a ir mais longe no tempo, com matérias de capa sobre reviravoltas na sua trama preferida.
A graça então não era mais saber o que iria acontecer, mas como iria acontecer aquilo que já se sabia.
Os autores de novelas, que não são nada bobos, passaram a usar essas revistas para testar teorias e as reações do público (medida por comentários nas próprias revistas, na internet e no boca-a-boca). Assim, a estória vai sendo montada para agradar ainda mais o telespectador.
Exemplo: se uma revista anuncia a morte de um personagem e o público reage de forma negativa, o autor muda o rumo das águas e o cara sobrevive.
Ou seja, as revistas não mostram mais, necessariamente, o futuro na novela. Se muito, um futuro provável, uma das várias possibilidades, que é definida com a intervenção do leitor/telespectador (isso parece física quântica, hehe).
O que está acontecendo nestas últimas semanas de Paraíso Tropical é um caso típico: várias revistas mostram o que acontecerá nos últimos capítulos, mas muitas são contraditórias e, mesmo as que não são, se forem todas verdadeiras, transformarão a estória em um "samba do crioulo doido".
Muito provavelmente os capítulos estão sendo gravados poucos dias antes da exibição enquanto o pessoal fica de olho nas correspondências das revistas, nas enquetes do sites e comunidades do orkut e principalmente na audiência.
Ou seja, voltamos aquela época em que assistíamos às novelas para saber o que vai acontecer nos próximos capítulos. Só que agora com um pouco mais de interatividade.
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